segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

sobre a Queda

e durante aquele tempo havia sofrido e se alegrado; havia comparecido a homenagens póstumas em salões funerários e dançado em pomposos bailes; havia temido a incerteza daquilo que sabia e cantado poesias em prosa e verso; havia chorado por pessoas que nem ao menos conhecia e sorrido pela beleza de eventos alheios à sua pessoa; havia amado e amado.
tudo isto durante; durante a Queda.
de certo que um dia, sobre chão sólido, caminhara, engatinhara e se arrastara. no entanto, o tempo que separava o hoje daquela época era tamanho que pareciam não mais do que meros sonhos, lembranças de vidas passadas.
a Queda era tudo que se lembrava. tornara-se tudo o que conhecia. tornara-se sua vida.
a origem da Mesma já não lhe era importante. sabia apenas que caía. nada mais.

no instante seguinte, a primeira coisa que sentiu foi o forte gosto de ferro em sua boca, seguido de uma dor lascinante em todos os membros de seu corpo. sentia os efeitos da gravidade.
sentia também o contato com o solo, pressionado contra a sua pele.
percebia que a queda se fora.
ainda desorientado, procurou habituar-se à sua nova condição. os membros, fracos pelo desuso, lutavam para se sustentarem.
enfim, se ajoelhou e conseguiu se manter em pé.

com uma das pernas se dobrando para frente, deu seu primeiro passo, visando o horizonte com um sol nascente tão distante.

2 comentários:

Maitê disse...

Tah inspirado é!?! 2 em menos de alguns minutos!!

a ave flava tipo vc.. qnd precisava estudar?!
"preciso estudaaaaaar"
ahahhuahah

zuera Cesinha...

Estaum otimos seus textos!!
tu escreve mto!! qnd crescer quero ser igual vc! =D

bjooo

Victor Stifler disse...

E não importa o tamanho do tombo, o que importa é se levantar e enfrentar sempre essas quedas que estão por vir...

Orraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, bom textooo César...

Vou pro próximo


abraços!